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Como entrar no Metaverso: possibilidades do novo mundo virtual

Como entrar no metaverso é um dos termos mais pesquisados em 2021 e 2022. E, se esse burburinho tecnológico não chegou até você, pode ter certeza que vai chegar. E logo.

Esse novo mundo tecnológico está começando a ser povoado e promete infinitas possibilidades, seja qual for seu objetivo ao entrar nele. Por trás dessa tecnologia, que promete se infiltrar na vida de todos nós, estão as grandes corporações do setor e do chamado Vale do Silício, como Facebook/Meta e Microsoft.

O metaverso também está diretamente ligado a outros termos tecnológicos que estão cada vez mais presentes como blockchain, NFTs, Criptomoeda, entre outros. Ou seja, esse mundo parece ter vindo para juntar todas as tecnologias e há muito a se descobrir sobre ele.

Vamos te ajudar nisso! Continue a leitura e descubra como entrar no metaverso e algumas possibilidades que esse mundo promete.   

Para começar, o que é o Metaverso?

Essa é uma pergunta difícil de responder porque o metaverso ainda está em construção e o que existe até o momento são alguns testes.

Mas, o que se sabe até agora é que o metaverso é um espaço virtual compartilhado que é hiper-realista, imersivo e extremamente interativo graças ao uso da tecnologia de realidade aumentada (AR) e realidade virtual (VR).

Pode haver vários mundos virtuais dentro de um metaverso. Neles, as pessoas podem se envolver em uma ampla gama de atividades que são resultado de uma mistura entre o físico e o digital.

Em vez de ficar olhando para uma tela como você faz agora, no metaverso você poderá vivenciar todas as suas experiências online, como fazer compras, encontrar amigos e familiares, ir a um show e trabalhar.

O termo metaverso existe desde 1992 no romance distópico ‘Snow Crash’. E também há algumas meta referências na cultura pop como Matrix e Ready Player One.  Ou seja, a essência do conceito não é tão estranha assim.

Segue alguns dos recursos que definem um metaverso:

ACESSÍVEL

Como um espaço virtual 3D, o metaverso elimina todos os tipos de barreiras, físicas ou não. Não há limites para quantas pessoas podem usá-lo ao mesmo tempo, tipos de atividades que podem ocorrer, indústrias que podem entrar, etc.

CONTÍNUO

Um metaverso não pode ser desconectado, reinicializado ou redefinido. Os usuários podem ingressar  a qualquer momento, de qualquer lugar do mundo e sempre com continuidade em sua experiência.

DESCENTRALIZADO

O metaverso não pertence a uma corporação ou a uma única plataforma, mas a todos os seus usuários, que também podem controlar seus dados privados. A tecnologia Blockchain é uma grande parte disso porque garante que todas as transações em um mundo virtual sejam públicas, rastreáveis e seguras.

IMERSIVO

Seja usando um fone VR, óculos AR ou apenas smartphone, você poderá entrar em um nível elevado de imersão e interatividade, onde todos os sentidos estão envolvidos. Enquanto espaço altamente realista, o metaverso terá a capacidade de se adaptar aos seus usuários, que podem influenciar diretamente seus ambientes, objetos, cores, iluminação e muito mais.

ECONOMIAS VIRTUAIS

Usuários do Metaverso podem se envolver em economias virtuais descentralizadas alimentadas por criptomoedas. Isso inclui mercados onde os usuários podem comprar, vender e trocar ativos digitais como: avatares, roupas virtuais, NFTs, ingressos para eventos,etc.

EXPERIÊNCIAS SOCIAIS

O centro do metaverso são seus usuários. Cada participante de um mundo virtual participa de “co-experiências” e ajuda a co-criar o futuro do metaverso por meio de conteúdo gerado pelo usuário, de criações virtuais a histórias pessoais e interações com avatares orientados por IA.

Experiências semelhantes ao metaverso já existiam antes do rebranding Meta do Facebook. Interações anteriores podem ser encontradas em jogos como Second Life e The Sims.

Como entrar no metaverso?

Para começar, você precisa de hardware. A boa notícia é que você não precisa sair e comprar equipamentos de alta tecnologia que custaria um bom dinheiro.

Seu smartphone é suficiente para entrar em um metaverso e há muitos meta recursos que estão disponíveis no aplicativo móvel do Sensorium Galaxy, por exemplo. Claro que, com bem menos imersão, que é realmente o que torna tudo tão espetacular.

Um celular basta para uma prévia, mas para a experiência completa, você pode considerar comprar um fone de ouvido VR ou, se estiver disposto a ir além, um par de óculos inteligentes AR.

A ideia de escolher um fone VR é que você fique totalmente imerso no metaverso e seja capaz de obter uma sensação real de presença. Dependendo do fone de ouvido que você possui, você também poderá se comunicar com outras pessoas através do avatar escolhido.

Metaverso e a nova economia

Por enquanto, jogos e entretenimento estão na vanguarda da corrida, pois possuem as infra estruturas mais desenvolvidas que podem ser adotadas em um mundo virtual e evoluir dentro dele.

Um fator que contribui para isso são suas economias virtuais. Plataformas de jogos conquistaram extremo sucesso, não apenas pela oferta de entretenimento, mas também por seus mercados, onde usuários podem comprar, vender ou trocar itens em troca de tokens nativos.

Todos esses espaços digitais contam com uma economia virtual promissora para criar novos ativos (como NFTs), experiências e atividades, o que ajudou a estabelecer o modelo para a economia do metaverso.

As moedas baseadas em blockchain permitem que todos os ativos dentro do metaverso sejam criados, trocados, compartilhados e rastreados de maneira fácil e segura, potencialmente permitindo que os itens sejam movidos sem problemas por seus usuários entre mundos ou destinos meta.

Contudo, ao contrário de jogar um jogo em que todos os ativos da plataforma são de propriedade de um desenvolvedor, no metaverso os usuários são os únicos proprietários de toda a sua experiência.

Isso inclui empreendimentos criativos, como peças de arte, coreografias de música e dança. Em metaversos como Sensorium Galaxy, estes itens podem ser cunhados como NFTs e vendidos, em um ambiente perfeitamente seguro.

Algumas estimativas mostram que a oportunidade de receita anual de metaversos pode valer até US$ 1 trilhão, em segmentos como publicidade, eventos digitais e comércio eletrônico. Ou seja, é um mercado extremamente promissor para acompanhar.

Veja algumas tendências já em experimentação:

Corporativo: Trabalhar online já é uma realidade para muitos. O metaverso seria apenas uma continuação disso. Facebook e Microsoft, por exemplo, já tem experimentado  enviar seus trabalhadores para o metaverso.

Jogos: É divertido, você pode fazer novos amigos e ganhar dinheiro. É por isso que jogos como Axie Infinity , Sandbox e Decentraland estão na vanguarda da corrida do metaverso. Com uma rede social forte e uma economia descentralizada, esses são os tipos de plataformas que provavelmente atrairão mais usuários para o metaverso.

Entretenimento: Desde socializar com usuários reais e fazer amizade com avatares orientados por IA até assistir shows virtuais dos seus artistas favoritos, o metaverso promete elevar o entretenimento a um novo nível. Sensorium Galaxy é um desses metaversos. Construído em colaboração com alguns dos principais artistas do mundo, ele tem uma vasta oferta musical. Além do mundo dedicado à música, o Sensorium Galaxy também incluirá hubs de conteúdo adicionais, como um mundo para práticas de meditação, por exemplo.

Imóveis: Comprar um terreno virtual, poderá torná-lo muito rico. A Decentraland, por exemplo, quebrou um recorde do metaverso depois que uma ‘propriedade virtual’ foi vendida por US$ 2,4 milhões. E há muito mais para comprar em metaversos. Você poderá encontrar não apenas terrenos, mas também casas ou até iates, para quem gosta de opções imobiliárias mais exóticas.

Contudo, quando se trata do metaverso, você provavelmente encontrará o que quiser, não importa o seu campo de interesse. Com tantos players nessa mistura, a imaginação é o único limite para as possibilidades dos mundos virtuais.

Um metaverso como vem se propondo pode levar alguns anos. Ainda há muitos obstáculos técnicos a serem superados. No entanto, com tecnologias como 5G sendo implantadas este processo certamente será acelerado.

Se você deseja saber mais sobre como entrar no metaverso e investir nessa tecnologia ou outras estratégias de negócios, entre em contato com o time de especialistas Booming.

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Health Tech: O que é e quais suas possibilidades

A Health Tech, ou Tecnologia da Saúde, inclui produtos e serviços destinados aos cuidados de saúde, fornecidos a hospitais e clínicas ou diretamente ao consumidor.

A exigência por mais facilidade de acesso e flexibilidade é um movimento que tem crescido em quase todos os setores. No setor da saúde, essa exigência, que já vinha crescendo, se tornou uma necessidade com a Pandemia de Covid-19.

A crise sem precedentes causada pela pandemia, desencadeou respostas em larga escala por parte de governos e empresas. Também inaugurou uma nova dependência: a prestação de cuidados virtuais, bem como inovações nas tecnologias de saúde como um todo. Com isso, explodiu o número de Health Techs – empresas de tecnologia da saúde.

Em seguida, confira mais sobre essas startups e as tendências para o mercado de Health Tech.  

O que é Health Tech?

Health Tech é o segmento que mais cresce no setor de saúde. São empresas de Tecnologia que desenvolvem soluções em saúde.

Essas soluções incluem produtos e serviços de saúde que podem  ser entregues ao consumidor, em sua casa,  ou a hospitais e consultórios médicos.

As empresas de tecnologia de saúde também podem fornecer soluções em mobilidade e outras tecnologias de informação para melhorar a prestação de serviços de saúde e reduzir custos, tanto para os sistemas de saúde quanto para o consumidor.

Um exemplo são  empresas que oferecem tecnologias para salas de exames que envolvem os pacientes enquanto esperam para ver seu resultado. Outro exemplo, são as empresas que oferecem consultas por telemedicina.

Nesse sentido, as Empresas de Tecnologia de Saúde geralmente visam otimizar os cuidados de saúde centrados no paciente por meio de soluções como computação em nuvem, serviços de Internet e mobilidade social.

Possibilidades e Tendências em Health Tech

Assim como já dissemos, as Startups que atuam com Tecnologia da Saúde podem trabalhar soluções tanto para atender diretamente as pessoas, como as instituições de saúde.

A seguir, separamos algumas áreas que têm crescido no setor da Health Tech e que atende aos diferentes públicos.

Descoberta de medicamentos com Inteligência Artificial

As startups dessa área estão experimentando inteligência artificial para pesquisar e descobrir novos produtos farmacêuticos e terapias medicamentosas.

Isso, pois os sistemas de IA são capazes de filtrar milhões de compostos químicos diferentes e isolar os candidatos mais promissores em uma fração do tempo que tradicionalmente levaria pesquisadores humanos.

Tecnologias Assistivas

A Tecnologia Assistiva inclui qualquer item, equipamento, software ou produto que é usado para aumentar, manter ou melhorar as capacidades funcionais de pessoas com deficiência.

Embora a tecnologia assistiva já exista há algum tempo, uma nova onda de startups está usando tecnologias emergentes como Realidade Virtual (VR), Realidade Aumentada (AR), Inteligência Artificial (IA) e robótica para impulsionar a inovação e oferecer soluções mais atraentes para indivíduos com deficiências.

Tecnologia em Saúde Mental

Esta área abrange startups que desenvolvem soluções de software e hardware para capacitar os indivíduos a cuidar melhor de sua saúde mental. Assim como soluções que permitem que os profissionais monitorem melhor a saúde mental de seus pacientes.

Com a pandemia, as startups de saúde mental viram um aumento na demanda. Isso porque, a média de horas gastas em aplicativos de saúde mental e fitness aumentou de forma significativa.

Entre as soluções nessa área estão aplicativos para ajudar os usuários a meditar, procurados tanto pelos clientes individuais quanto corporativos, que querem  garantir que os produtos de saúde mental estejam disponíveis para os funcionários.

Tecnologia do Sono

As soluções pensadas pelas startups nessa área, como bem explícito no nome, engloba uma variedade de tecnologias para melhorar a qualidade do sono de uma pessoa.

Nesse sentido, exemplos de tecnologia do sono incluem sensores de rastreamento, colchões inteligentes e faixas de monitoramento do sono.

Robótica médica

Robótica médica refere-se a robôs usados ​​em ambientes de saúde, com o benefício de fornecer serviços de forma mais precisa e segura do que os médicos humanos poderiam.

As aplicações incluem cirurgias, reabilitação, telepresença, transporte e atendimento geral ao paciente.

Exoesqueletos médicos e próteses

Startups de exoesqueletos médicos e próteses estão desenvolvendo próteses que são acionadas mecanicamente, bem como exoesqueletos que são usados ​​para fins médicos, como reabilitação.

Esses dispositivos oferecem uma amplitude de movimento e atividade muito maior do que suas versões mais antigas. Eles permitem que indivíduos com deficiência física experimentem uma maior qualidade de vida.

Telemedicina

Esta área consiste no uso de tecnologias para monitoramento de pacientes, troca de informações médicas e análise de resultados de diferentes exames. Se constitui um importante apoio para a medicina tradicional.

A telemedicina é a área da Health Tech que mais se destacou no Brasil. Um ranking elaborado pela Sling Hub mostra que as empresas de Tecnologia em Saúde que mais atraíram investimentos no país foram startups que prestam esse serviço.

O cenário para as Health Techs

Nos últimos anos, especialmente em 2021, esse segmento registrou um recorde global com 51,3 Bilhões de dólares investidos em tecnologia de saúde.

Analogamente, a pandemia do COVID-19 potencializou o investimento neste setor que já vinha crescendo,  com novos recordes de financiamento alcançados para startups que usam a tecnologia para melhorar a pesquisa, a entrega, o pagamento e o consumo de cuidados de saúde.

No Brasil, as oportunidades de crescimento também foram muito grandes e fizeram com que os números de Health Techs em 2021 disparassem.

De acordo com um levantamento feito pela plataforma Sling Hub, que mapeia dados de startups na América Latina,  apontou que até outubro de 2021, as Health Techs arrecadaram  344,3 milhões de dólares em investimentos, um aumento de 329% em relação a 2020.

O número de startups também aumentou de forma bastante significativa,  passando de 542 em 2020 para 1.158 em 2021. Outro crescimento expressivo foi o total captado por rodada de investimento no período. O valor saltou de 1,6 milhão de dólares em 2020 para 8,3 milhões em 2021, uma alta de 423%.

Portanto, a vista de um cenário animador desses, faz com que especialistas apontem que em breve o Brasil terá um unicórnio neste segmento.

Conclusão

Como os números indicam, o Health Tech é um segmento que tem se mostrado bastante promissor e que tem até sido apontado como “a bola da vez” no mundo dos investimentos, inclusive no Brasil.

Porém, para os interessados em investir em Health Tech, seja financiando uma startup, seja captando recursos, assim como em qualquer segmento, o mais seguro é contar com uma consultoria especializada. Assim, se você deseja investir ou captar recursos no segmento da  Health Tech, entre em contato com o time de especialistas Booming e descubra como podemos te ajudar.

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Product Led Growth como estratégia de crescimento

Product Led Growth

Destacar um produto ou serviço no mercado é uma meta complexa para startups. Para atingir uma receita consistente, é preciso elaborar um produto que converse com as necessidades do cliente e o seu job to be done. Além disso, ouvir os feedbacks dos usuários é sempre essencial para entender como vender o seu produto e desenvolver uma estratégia eficaz. 

O relacionamento entre o consumidor e uma empresa é fundamentado em seus produtos ou serviços. A interação que o consumidor tem com um produto pode dizer muito sobre o valor intangível que uma empresa oferece. Nesse sentido, a PLG (Product Led Growth) se mostra como um instrumento de extrema importância para gerar bons resultados em vendas. Especialmente, quando falamos da comercialização de uma tecnologia digital.

A PLG coloca o produto no topo das prioridades, com o intuito de servir o cliente da forma mais completa e eficiente possível. Esta estratégia de negócios tem como objetivo aprimorar a maneira como a renda de um negócio é gerada. 

Empresas com um modelo de negócios Saas (Software as a service), como a Dropbox, Zoom e Slack utilizam com sucesso a PLG como estratégia para escalar os seus negócios. Nestas organizações, o produto é a peça responsável por gerar crescimento constante, através da satisfação dos consumidores.

O que é a PLG (Product Led Growth) exatamente?

A PLG é uma estratégia de entrada no mercado (go-to-market) que foca no usuário final e se baseia primordialmente no produto para gerar valor. Comumente, empresas alinham o seu foco nas vendas, direcionando o consumidor para aquisição e só depois para o consumo. A estratégia de Product Led Growth reverte o caminhar deste processo. 

Nesta metodologia, o produto é o principal encarregado de motivar a aquisição, retenção e expansão dos usuários. 

Como isso acontece? Neste regime, o consumidor experimenta o serviço de um plano gratuito ou de custo baixo. Enquanto o usuário conhece a ferramenta e percebe seu valor, identifica a necessidade de evoluir para um plano superior (que é pago) ao que ele já usa.

Você já pode ter ouvido falar desse tipo de assinatura, conhecida como “freemium”. Esse método promove a chance de testar o produto e encantar os clientes, com a entrega de um item de alta qualidade, ou seja, alto valor. Ainda, esta é uma excelente forma de qualificar leads, familiarizando o usuário com o produto e o tornando um possível promotor da marca após a aquisição. 

O conceito de PLG surgiu em 2016 e foi criado pelo investidor e sócio da OpenView Ventures, Blake Bartlett. 

De acordo com Bartlett “O poder de compra do software empresarial mudou e os usuários finais são os novos guardiões. Eles desejam uma jornada do cliente que comece com o self-service baseado no produto (product-led), em vez de conversas de vendas conduzidas por humanos (human-led).” 

A chave para o funcionamento dessa estratégia é a entrega de um produto tão bem elaborado que ele acaba se tornando parte da rotina diária dos usuários. De modo que cria-se a necessidade de fazer um upgrade para um plano com mais funcionalidades. Este processo diminui o número de cancelamentos dos planos e por consequência a taxa de churn de uma startup.

O conceito da PLG como estratégia de crescimento impacta diferentes questões, como a estratégia de precificação por trás do produto, a maneira como o marketing é conduzido e como o relacionamento com os potenciais clientes é abordado pelo atendimento do negócio.

Falando em atendimento, dentro dessa estratégia é primordial que o usuário consiga acessar o item ofertado e o auto-atendimento com facilidade. Não se deve esquecer em momento algum que o produto é o foco do negócio e sua utilização deve ser fácil. Em outras palavras, é preciso investir em UX para implementar a LPG de maneira produtiva.

Os 3 pilares do Product Led Growth

1. Desenvolvimento focado no usuário final

Dentro deste modelo, os usuários estão no comando. Estes users são pessoas reais com a necessidade de resolver problemas reais com urgência. É preciso colocar as necessidades do público como principal prioridade, ouvir seus feedbacks e se comprometer a fazer melhorias consistentes em seu produto para resolver esses problemas de modo  eficaz.

Por isto, como já havia citado no começo deste artigo, entender o trabalho a ser feito é indispensável ao projetar para o usuário. Assim, você compreende o que fazer, para quem fazer e como personalizar, se possível. 

2. Agregue valor antes de esperar valor em troca

Uma relação de qualquer natureza envolve o processo de dar e receber. Por isso, empresas voltadas para o produto priorizam modelos de avaliação gratuita, freemium, ou qualquer outro formato de oferta que permita aos usuários o acesso de alguns ou todos os produtos antes de precisarem pagar.

Entretanto, para que o cliente efetue o pagamento pelo produto, é preciso que no curto de espaço de tempo geralmente determinado para períodos de teste, o seu produto resolva um problema. Ou leve-o ao “aha moment”, onde o consumidor final entende exatamente como o software de um negócio irá facilitar o seu dia-a-dia.

Dessa forma, este processo envolve não apenas a criação de recursos e funcionalidades que dão densidade a esse valor, assim como a remoção de coisas que desviam ou criam barreiras para alcançar o valor central determinado.

3. Investimento no produto com intenção de entrada no mercado

Inicialmente, os custos da criação de um software costumam ser mais caros que a entrega de serviços profissionais. Entretanto, apenas para o primeiro cliente. Depois que o software está finalizado, o custo para entregar o mesmo valor para outros usuários é quase zero. O que dá ao investimento um alto potencial de lucro. 

Do mesmo modo, é o que ocorre com o custo de por produto no mercado. O custo de distribuição de software, capacitação de usuários e clientes e captura de valor usando software é muito menor do que a utilização do mesmo produto com serviços profissionais.

Aplicar essa percepção em sua estratégia de entrada no mercado, investindo no produto com a intenção de impulsionar a aquisição, conversão e expansão é o segredo para a eficiência.

Este impulsionamento pode ser realizado através de:

  • Investimento em dados robustos do produto que permitem às equipes rastrear, medir e analisar o comportamento do usuário.
  • Construção de um cargo profissional ou equipe de crescimento responsável por garantir que o produto aprimore sua própria distribuição, capacitação e capacidade de assegurar retornos.
  • Execução de experimentos para entrada no mercado que levam a melhorias complementares na jornada do usuário.

Aplicando a PLG como estratégia de crescimento

Como já disse no decorrer deste texto, a estratégia PLG tem como foco a entrega de um produto de alto valor, ao ponto em que o uso deste se torne essencial na rotina do usuário. Deste modo, o consumidor final identifica a necessidade de fazer um upgrade no seu plano e assim realiza uma aquisição. E já sabemos que para isto acontecer é preciso que o acesso ao produto seja descomplicado, bem como a sua usabilidade, certo?

Além disso, é preciso planejar. Existem algumas etapas que podem ser seguidas para garantir a entrega de um produto com alto valor:

  • Defina metas para a estratégia PLG
  • Determine funções e responsabilidades da equipe que desenvolverá o produto
  • Faça uma auditoria no software desenvolvido
  • Implemente modelos de coleta de dados
  • Faça testes e experimentações
  • Execute essa abordagem em ciclos, assim como em um MVP: analise, aprenda, teste e repita para continuamente otimizar o seu produto.
  • Estruture o seu funil de marketing para gerar interação com o produto (e não com times).

Ao organizar o processo de transição para essa estratégia, você será capaz de visualizar pontos importantes que podem ser aprimorados no seu produto e na sua entrega. Sobretudo, entender quais as decisões a serem tomadas para alcançar os seus objetivos e metas.

5 métricas para acompanhar:

Como em todas as estratégias de crescimento, é necessário mensurar e avaliar resultados. Segue abaixo, algumas métricas para acompanhar de perto e analisar o desempenho do seu negócio ou produto.

1. Aquisição:

Número de usuários que se inscrevem para um período de testes ou um plano gratuito. 

2. Ativação (ou conversão)

Representa a taxa de usuários que identificaram valor no produto e decidiram optar por uma versão paga dele.

3. Receita

A receita é o valor total gerado a partir de conversões e pode ser mensurada através da receita mensal recorrente, receita média por usuário e entre outras opções. Procure a fórmula adequada para o seu modelo de negócio.

4. Retenção

Representa o número de usuários que continuamente usam ou pagam pelo seu produto e geralmente é mensurada por mês, mas pode ser calculada por períodos de tempo maiores. 

Dentro das métricas associadas à retenção, a LTV (Life Time Value) tem ênfase, pois informa o valor vitalício do cliente. 

5. Referência

Como já foi citado anteriormente, os usuários podem se tornar promotores do seu produto. Por isso, na PLG a propaganda boca a boca é muito importante. Esta métrica representa o número de usuários que conseguiram recrutar novos clientes para o seu produto com sucesso.

Quais os benefícios de usar a PLG como estratégia de crescimento?

Continue a leitura para entender alguns dos benefícios:

Eficiência

Com uma estratégia voltada para o produto, você gera um ciclo de desenvolvimento que deposita esforços na melhoria contínua dele. O que aumenta a eficiência de processos operacionais, diminuindo atritos e confusões. 

Por termos a análise de dados focada no cliente dentro desta estratégia, encontrar as funções e solucionar problemas que atendem os desejos dos clientes se torna um processo de maior objetividade. 

Atração de leads adequados

Ao colocar o produto no centro da estratégia, a satisfação do cliente é potencializada, à medida que as soluções entregues são altamente compatíveis com as suas necessidades. O que por consequência, atrai leads com maior adequação ao produto. 

Além disso, de modo geral, a estrutura criada com a PLG permite a fidelização dos clientes devido ao alto nível de valor agregado.

Aumento no valor do negócio

Segundo um levantamento da OpenView as empresas que empregam a Product Led Growth possuem valor de mercado 30% maior do que as outras. 

Isso acontece porque essa estratégia traz diversos benefícios, ajudando negócios tecnológicos a se posicionarem de forma assertiva no mercado. Portanto, é possível que a estratégia PLG traga o crescimento rápido comparada às estratégias tradicionais.

Crescimento sustentável

No crescimento pautado no produto, os resultados atingidos são duradouros e geram poucos contratempos, à medida que o ciclo de crescimento beneficia para o aprimoramento constante do item criado.

Com uma estratégia de Product Led Growth, empresas são capazes de atrair usuários qualificados em maior quantidade, além de retê-los devido ao alto nível de entrega de valor. Esse processo acaba promovendo o aumento da relevância de um negócio com o passar do tempo, de forma sustentável.

Do mesmo modo, o produto ofertado é posicionado no mercado de forma assertiva, fundamentado nos feedbacks de usuários satisfeitos. 

É importante lembrar que não existe fórmula mágica. Ser uma empresa competitiva com uma estratégia de crescimento PLG leva tempo, planejamento, conhecimento do mercado e persistência.

Gostou do conteúdo? Tem dúvidas sobre a estratégia Product Lead Growth? Entre em contato conosco e compartilhe as suas experiências nos comentários e responderemos!

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Inovações na Construção Civil: Como startups atuam para modernizar o setor

Criar inovações na Construção Civil tem sido um desafio abraçado por muitas startups, visto que, apesar de ser um um dos setores mais importantes da economia brasileira, esse ainda é um dos que menos investe em tecnologia.

Segundo dados do DIEESE, a participação da Construção Civil no PIB brasileiro já chegou a 6,5% em 2012 e, mesmo com a queda para 3,7% em 2020, esse ainda continua sendo um setor bastante representativo para a economia do país.

Por outro lado, uma pesquisa do McKinsey Global Institute (2016) mostrou que, de todos os setores da economia, a construção civil era o segundo que menos usava tecnologias digitais (mais apenas que caça e pesca). O problema se traduz em perda de eficiência, desperdícios, enfim, perdas econômicas.

O processo de reinvenção da construção civil passa, dentre outros fatores, pelo surgimento de startups ligadas ao setor. Descubra então como esses empreendimentos têm atuado para as inovações no setor.

Tipos de startups que atuam em inovações na construção civil

O setor imobiliário ganhou alguns termos: PropTech (Propriedade), ReTech ou Real Estate Tech (Real Estate), ConTech ou Construtech (Construção). No setor da Construção Civil se destacam as Proptech e as Construtech.

Além disso, a área com maior quantidade de construtechs atuantes é o de aluguel, compra e venda de imóveis, com aproximadamente 29% das startups.

Em segundo lugar vem o setor que envolve o canteiro de obras com 16%, seguido pelo setor de reformas e interiores com 10%. Estes três setores representam 55% do total de construtechs atuantes no mercado nacional.

Proptech

São startups que representam uma revolução no mercado imobiliário, uma vez que promovem inovações em torno de uma propriedade imobiliária por meio de negócios de base tecnológica.

Em outras palavras, essas inovações visam aprimorar processos já existentes e criar novos processos. Dentre as inovações que as Proptechs estão trazendo para o setor imobiliário, estão:

  • Inteligência Artificial: Agiliza o processo de venda de imóveis com processamento da linguagem e reconhecimento de imagem que podem rapidamente digitalizar documentos de compra e venda e importar os dados para uma plataforma CRM. Não apenas isso, ele também automatiza as comunicações entre agente e potenciais clientes, por meio da validação dos dados, da automação da comunicação e dos fluxos de trabalho dentro de um sistema de CRM.
  •  Blockchain: Esta tecnologia adiciona liquidez ao mercado imobiliário e permite que as transações imobiliárias se realizem por meio de um sistema simples e menos regulado.
  • Realidade virtual e aumentada: As visitas virtuais permitem que os compradores vejam os imóveis virtualmente sem precisar sair de casa, antes mesmo do imóvel ser construído.
  •  Big Data: As empresas utilizam esta tecnologia para tomar melhores decisões e realizar movimentos estratégicos, adaptando a sua abordagem ao consumidor.
  • Criptomoedas: Facilitam a transferência de ativos e permitem a realização de transações transfronteiriças e vendas de imóveis por meio de bitcoins.
  • Geolocalização: Com esta tecnologia, o setor imobiliário pode analisar melhor a localização e explorar os ativos mais detalhadamente.

Construtech

Construtechs são startups que oferecem soluções tecnológicas para a cadeia produtiva da construção civil, tornando esses processos escaláveis e replicáveis.

Esses empreendimentos buscam resolver as “dores” de empresas como mineradoras, construtoras, empreiteiras, indústrias de materiais, imobiliárias, empresas de arquitetura e até governos.

Ou seja, as soluções visam facilitar e otimizar a rotina dos profissionais que trabalham nessas áreas nas mais variadas ramificações da construção civil. São algumas dessas soluções:

  • Soluções em BIM;
  • Automação residencial;
  • Gerenciamento de obras, manutenções, reformas, projetos de interiores;
  • Impressão 3D;
  • Softwares e;
  • Materiais de construção.

Principais Inovações na Construção Civil

A criação de inovações na construção civil podem oferecer grandes benefícios, como aumento da eficiência, produtividade e redução de falhas.

Dentre algumas das principais ferramentas, podemos citar:

Soluções em BIM

Primeiramente precisamos entender que o termo BIM – Building Information Modeling (Modelagem da Informação da Construção) é um processo criado para gerenciar informações em um projeto de construção em todo seu ciclo de vida.

Como resultado, esse processo trás o modelo de informações de construção, que representa a descrição digital de cada aspecto do ativo construído. É a partir dele que se viabiliza a utilização de outras tecnologias como a automação e robótica.

O BIM reúne todas as informações criadas em um formato legível por todos os envolvidos na construção de uma edificação, promovendo eficiência, integração da cadeia de valor, sustentabilidade, dentre outras vantagens.

Em suma, a implementação da metodologia BIM se dá em 4 estágios, que são:

  • Pré-BIM (ou estágio 0): empresas que ainda usam ferramentas em CAD, desenhos feitos com linhas representativas e informações em documentos auxiliares, muito suscetíveis a erros;
  • 1- Estágio 1: quando se inicia a transição do 2D para o 3D nos desenhos, que já representam elementos reais sendo visualizados em três dimensões;
  • 2- Estágio 2:  quando há colaboração entre os setores do projeto e o gerenciamento torna-se mais complexo e amplo, porém ainda não totalmente integrado;
  • 3- Estágio 3: o último estágio, onde há total integração de processos, com informações em tempo real chegando a todos os envolvidos no processo produtivo.

Drones

Esses dispositivos estão sendo incorporados ao mundo da construção civil, com usos variados e trazem vantagens significativas em termos de custos e prazos. Os principais usos são, por exemplo:

  • Prestação de serviço de imagens;
  • Captação de imagens para segurança no trabalho;
  • Içamento de cabos;
  • Mapeamento de áreas;
  • Inspeções, entre outros.

Automatização da Construção e Impressão 3D

Os primeiros protótipos de robôs na construção civil começaram a surgir em meados dos anos 80, mas a sua concretização tem se dado de forma bastante lenta.

Contudo, essaa situação vem se acelerando nos últimos anos, especialmente com a adaptação da impressão 3D para a construção civil.

Isso porque, o uso dessa tecnologia tem potencial de reduzir de forma significativa os custos e desperdícios, aumentar a qualidade final, a segurança, a velocidade de construção e a dependência de mão-de-obra nas construções.

Dispositivos vestíveis

Outras inovações na construção civil são os dispositivos para serem usados nas vestimentas, como capacetes inteligentes e smart glasses (óculos 3 D).

Por exemplo:

  • Sensor para prever envenenamento por monóxido de carbono;
  • Fita para prever acidentes causados por cansaço;
  • Etiqueta de controle de quedas;
  • Capacete inteligente;
  • Óculos 3D para revisão de projetos

Startups com maior destaque na Construção Civil 

De acordo com levantamento feito pelo Terracotta Ventures (2021), no período de 2015 a 2020 o número de Construtechs e Proptechs  aumentou em 235%, chegando a mais de 830 no país.

Portanto isso demonstra que, mesmo em períodos de recessão no setor, mais e maiores startups estão surgindo.

Dentre algumas startups que se destacaram nesse período estão algumas relacionadas à tendência da construção modular offsite, ou seja, sistemas construtivos baseados em módulos, com sua fabricação fora do canteiro de obras.

Também tem se destacado startups com soluções ao longo de toda a jornada da construção civil, com plataformas que integram todos os processos.

Além disso, construtechs que usam dados e inteligência artificial para o processo de estudo de viabilidade de incorporações, também foram algumas das que mais se expandiram.

Pretende investir em inovações na construção civil, mas não sabe por onde começar? Entre em contato com o nosso time de especialistas e descubra como podemos te ajudar.

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O que é CVM e quais as suas principais funções

Descubra o que é CVM e quais as suas principais funções neste artigo. CVM é a sigla para Comissão de Valores Mobiliários, uma Organização vinculada ao Ministério da Fazenda que regula e fiscaliza o mercado financeiro.

O mercado financeiro pode ser um ambiente bastante complexo, especialmente para quem está começando no mundo dos investimentos. A diversidade de agentes e interesses envolvidos, faz com que, muitas vezes, surjam conflitos de interesse entre os negociadores.

Neste cenário, a CVM é a entidade que tem, entre outras funções,  proporcionar o bom funcionamento deste ambiente, inspecionando Sociedades Anônimas de capital aberto, fundos de investimentos, corretoras, entre outros.

Ou seja, entre as atribuições da CVM está a proteção aos investidores, prezando pelos direitos desses agentes, ao mesmo tempo em que promove uma maior transparência e confiabilidade ao mercado de valores mobiliários.

Continue a leitura e saiba mais sobre a importância desta Organização!

O que é CVM?

A CVM – Comissão de Valores Mobiliários é uma autarquia, ou seja, uma entidade autônoma, criada por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios para executar atividades típicas de Administração Pública.

A entidade é dotada de autoridade administrativa independente, sendo gerida por um Presidente e quatro Diretores nomeados pelo Presidente da República. Também faz parte deste órgão um corpo de Superintendentes, que constituem a instância executiva da CVM.

Esta Organização foi criada com o objetivo de promover uma economia baseada na livre iniciativa. Sua função principal é garantir os direitos do investidor, principalmente o acionista minoritário.

Por outro lado, a CVM também é responsável por defender os interesses do mercado de valores mobiliários em geral. Isso compreende o ambiente em que são negociados títulos emitidos pelas empresas para arrecadar, junto ao público, recursos para o financiamento de suas atividades.

Ao definir como seu objetivo básico defender os investidores, principalmente os acionistas minoritários, a CVM busca garantir:

  • Que o mercado ofereça condições de segurança e confiabilidade;
  • Que esse ambiente seja capaz de se consolidar como instrumento dinâmico e eficaz na formação de poupanças, na capitalização das empresas e na distribuição da renda e da propriedade;
  • A participação de investidores de forma crescente e democrática, com acesso do público às informações sobre valores mobiliários negociados e sobre as empresas que tenham emitido.

Ou seja, a CVM é uma instituição que atua para estimular o mercado, ao mesmo tempo que assegura aos investidores a regulamentação do processo e a garantia dos seus interesses.

Portanto a CVM, regula e fiscaliza operações do mercado que tratam de valores mobiliários.

Mas, afinal, o que podem ser considerados ou não valores mobiliários?

São Valores Mobiliários

De acordo com o que foi estabelecido na Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976 e adaptado pela Lei nº 10.303, de 31 de outubro de 2001, são considerados valores mobiliários:

  1. Ações, debêntures e bônus de subscrição, assim como cupons, direitos, recibos de subscrição e certificados de desdobramento relativos a estes itens;
  2. Certificados de depósito de valores mobiliários;
  3. Cédulas de debêntures;
  4. Cotas de fundos de investimento em valores mobiliários ou de clubes de investimento em quaisquer ativos;
  5. Notas comerciais;
  6. Contratos futuros, de opções e outros derivativos, cujos ativos subjacentes sejam valores mobiliários;
  7. Outros contratos derivativos, independentemente dos ativos subjacentes; e
  8. Quaisquer outros títulos ou contratos de investimento coletivo, que gerem direito de participação, de parceria ou de remuneração, inclusive resultante de prestação de serviços, cujos rendimentos advêm do esforço do empreendedor ou de terceiros, quando ofertados publicamente.

Não São Valores Mobiliários

  1.  Títulos da dívida pública federal, estadual ou municipal; e
  2. Títulos cambiais de responsabilidade de instituição financeira, exceto as debêntures.

Além desses, qualquer outro título criado e emitido por sociedades anônimas, podem ser negociados, desde que se adequem ao conceito de valor mobiliário e sejam registrados na CVM.

Quais são as principais funções da CVM?

Como já dissemos, dentre as funções principais da CVM existe a regularização e fiscalização do mercado financeiro, defendendo os interesses de investidores. Para isso, essa entidade desenvolve atividades relativas a: 

  1.  Emissão e distribuição de valores mobiliários no mercado;
  2. Negociação e intermediação no mercado de valores mobiliários;
  3. Negociação e intermediação no mercado de derivativos;
  4. Organização, funcionamento e operação das bolsas de valores;
  5. Organização,  funcionamento e operação das Bolsas de Mercadorias e Futuros;
  6. Administração de carteiras e a custódia de valores mobiliários;
  7. Auditoria das companhias abertas;
  8. Serviços de consultoria e análise de valores mobiliários.

Além disso, a CVM é responsável por atividades como a regulamentação do mercado, observando a política definida pelo Conselho Monetário Nacional, a fiscalização e inspeção das companhias abertas, a veiculação de informações relativas ao mercado (pessoas que participam dele e valores negociados), entre outros.

CVM 88 e suas mudanças para o investimento no Setor de Startups

Uma importante modificação na Lei da CVM é a Resolução CVM 88, que trata sobre a oferta pública de distribuição de valores mobiliários de emissão de sociedades empresariais de pequeno porte, realizada com dispensa de registro por meio de plataforma eletrônica de investimento participativo, ou seja, os Crowdfunding.

Essa resolução começa a vigorar em Julho de 2022. Ela permite às plataformas intermediar processos de compra e venda, entre investidores, de participação societária de ofertas realizadas em suas plataformas.

A nova regra aumenta o limite de receita anual para as empresas que desejam captar recursos nessa modalidade. O limite de faturamento que, até então, era de 10 milhões passa para 40 milhões, sendo que pode chegar a 80 milhões, no caso do financiamento para um mesmo grupo econômico

Outra modificação trazida pela resolução é o aumento no tamanho do teto para as rodadas de captação, que passam de R$ 5 milhões para R$15 milhões a partir da nova regra.

Outras modificações com a CVM

Além da ampliação destes valores, a resolução CVM traz outras modificações importantes, que podem causar uma verdadeira  revolução do setor de financiamentos coletivos, a exemplo do aumento de limites, novos critérios de divulgação das rodadas, ampliação nas proteções aos investidores e melhorias na operacionalização da rodada.

Também podemos citar entre as principais modificações:

  • O limite apontado para investidores não-qualificados que passou de R$ 10 mil para R$ 20 mil anuais;
  • Definição de novas diretrizes para a divulgação das ofertas, o que inclui por outros meios além da própria plataforma,
  • Auditoria, por auditor registrado na CVM, da escrituração dos valores mobiliários, que passa a ser obrigatória em alguns casos, e nas captações acima de R$10 milhões;
  • Permissão de até 25% em lotes adicionais de ações para complementar demanda de uma oferta finalizada com sucesso.

Como foi possível perceber, a nova resolução do CVM busca garantir ainda mais os interesses dos investidores e a transparência do mercado financeiro, especialmente os relacionados aos financiamentos coletivos.

Nesse sentido, vale salientar que, optar pelo registro na CVM significa enviar e manter atualizadas informações econômicas e financeiras que permitam aos investidores avaliar as condições atuais e futuras da sua empresa, tornando seu negócio muito mais atrativo para o mercado.

Ficou com dúvidas sobre o que é CVM e como o registro nessa entidade pode ajudar sua empresa? Entre em contato com o nosso time de especialistas para saber mais.

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Inovação

Iceberg: pixels serão sempre pixels

Não se fala em outra coisa além de NFTs no mundo da inovação. O assunto recentemente ultrapassou o Bitcoin em número de pesquisas no Google e conquistou entusiastas, especuladores e apaixonados por tecnologia. Também ganhou a rejeição daqueles que acham um grande absurdo darem tanto valor no que entendem ser apenas um desenho de chimpanzé para uma foto de perfil. Mas afinal, o que são NFTs e por que estão movimentando tanto dinheiro?

Antes de entrarmos no conceito, é importante entendermos que o número de entusiastas de qualquer inovação disruptiva sempre será menor do que o número de pessoas que irão questionar a real necessidade daquilo. É normal que estes insistam em reduzir o tema (que é profundo e vasto) à uma “demanda milionária aleatória”. Entretanto, aqui vamos nos aprofundar neste iceberg e entender a revolução que está por trás do que vemos hoje.

A definição mais utilizada de NFTs é a que o próprio nome já diz – Tokens Não Fungíveis (Non Fungible Tokens) – e significam ativos únicos, logo, não são fungíveis como notas de 50 reais. Estas, por sua vez, são fungíveis, já que se eu trocar uma nota de 50 reais com alguém, continuarei tendo 50 reais, ou seja, o valor é o mesmo.

Este conceito parece muito básico, já que existem diversos outros itens que não são fungíveis como pedras preciosas, por exemplo, não há uma igual à outra. Isso significa que não temos nada de novo? Na verdade, não. É aí que começamos a aprofundar esse iceberg além dos pixels e entramos em outros dois braços muito importantes para a tecnologia: blockchains e smart contracts (contratos inteligentes).

O assunto NFT é parte de um resultado quase perfeito da soma entre: itens únicos atrelados a um contrato inteligente (com os termos definidos pelo criador) registrados em uma cadeia de blocos (blockchain), impossível de ser apagada, alterada ou adulterada. Essa cadeia de blocos configura uma rede descentralizada que possui registros de transações e dados (em ordem cronológica) e imutável. Transacionar itens se torna muito mais rápido, seguro e barato do que qualquer outra maneira.

Apesar de tudo isso, talvez este assunto tenha sido introduzido de maneira errada no mainstream brasileiro, pelo menos. As primeiras grandes notícias traziam cases como Beeple, que vendeu sua obra de arte em colagem por 60 milhões de dólares ou a coleção do Bored Ape Iate Club, na qual o jogador Neymar é um dos holders. Trazendo à tona os NFTs antes mesmo das pessoas entenderem como funcionam blockchains e o por quê sentiu-se a necessidade dessa tecnologia.

Em resumo, os NFTs são apenas artifícios de algo muito maior que é a WEB 3.0, terceira fase de evolução da internet. As anteriores aconteceram de maneira orgânica, respeitando uma demanda dos próprios usuários, e na WEB 3.0 não é diferente. Em 1991, com o surgimento do World Wide Web (famosa WWW), a internet alterou as formas de comunicação estabelecidas e revolucionou o acesso às informações, esta é a chamada WEB 1.0, uma rede internacional onde os usuários não interagiam com o conteúdo.

Já na WEB 2.0, surgiram as redes sociais, onde conseguimos interagir com pessoas, sistemas e estabelecemos a ideia de que tudo é acessível. E finalmente chegamos a WEB 3.0, a internet incorporada a uma forma de se comunicar de maneira descentralizada e sem a necessidade de intermediários, que garante mais liberdade e segurança a todos.

Toda grande inovação disruptiva é fruto de uma necessidade às vezes desconhecida pelos próprios usuários, mas que estão implícitas no comportamento de consumo de cada um. No caso da WEB 3.0, temos quatro tendências que vem se fortalecendo na última década e contribuem para o advento da mesma, são elas:

1. Comunidade

A sensação de pertencimento é explorada pelo marketing digital cada vez mais, e as pessoas gostam de se sentir parte de um grupo desde que o mundo é mundo. A exemplo do Bored Ape Iate Club, uma coleção onde os donos de cada macaco compõe uma espécie de “clube dos milionários, que realizam eventos e festas onde só holders podem estar presentes.

2. Exclusividade

Os conteúdos exclusivos são cada vez mais desejados e valorizados. A sensação de estar perdendo algo define o comportamento de consumo nas pessoas, onde ter algo que só você ou um grupo pequeno de pessoas tem, te faz sentir especial. Quando a partir do momento que não é mais exclusivo, perde a graça.

3. Identidade:

No mundo ocidental, historicamente, há uma tendência a valorizar a identidade e a liberdade de cada um para ser o que se quiser ser. O próprio “eu” é a coisa mais importante para cada um. Isso trás a necessidade das pessoas se expressarem a partir da sua maneira de ser, de se vestir e de se comportar.

4. Desmaterialização do mundo físico

Hoje quase tudo pode ser feito digitalmente. Ninguém quer ir a um cartório ou tirar dinheiro no caixa eletrônico, por exemplo. Com ativos digitais, a tendência é que o mundo digital seja mais importante do que o físico, já que a maior alocação de dinheiro estarão em bens e negócios realizados digitalmente.

Um exemplo claro disso é a venda da primeira casa real em NFT no metaverso, ela estava presente em pixels na metarealidade ‘Sandbox’, mas a compra do ativo digital deu direito de propriedade ao holder de uma mansão em Miami – mostrando que apesar de tudo, a WEB3 pode interagir perfeitamente com o “mundo real”.

O que vivemos agora?

Na fase que estamos entrando, os NFTs vieram para, além de suprir necessidades dos usuários, abrir oportunidades de negócios. Hoje, a tecnologia ser utilizada na grande maioria das vezes por artistas, é sintoma de um meio onde o plágio, cópias sem autorização e dificuldade de monetização são muito comuns. A vantagem é a emissão de certificados digitais de autenticidade registrados em blockchain e recebimento de royalties automaticamente por obra revendida no mercado secundário.

Além disso, os intermediários atrapalham o desenvolvimento econômico do meio. O player de streaming mais popular, o Spotify, possui cerca de 44% do mercado e por mais que pareça ser vantajoso para o usuário, é pago apenas U$0,003 ao artista por reprodução, de acordo com dados do The Trichordist. Agora imagine a possibilidade do seu artista preferido se conectar diretamente com você e com toda fan base, estabelecendo uma comunidade, personalizando benefícios e oferecendo experiências únicas, sem intermediários.

Recentemente vimos um exemplo claro relacionado a isso. O artista Kanye West anunciou, pelo seu instagram, que lançará seu próximo álbum tão aguardado por fãs somente em uma plataforma própria, chamada Stem Player, um dispositivo que permitirá que o fã desfrute da obra por U$ 200. A intenção de Kanye é clara em estabelecer sua própria comunidade e não depender mais de intermediários para se conectar com ela – algo que a WEB 3.0 trás como proposta de valor para os criadores.

Assim acontecerá para os artistas, para os eventos e para todo mercado de entretenimento. As filas para compra de tickets já ficaram no passado ainda na WEB2, mas esse ramo continua a evoluir nessa nova fase. A venda de tickets em NFTs garante mais segurança, praticidade e ainda há a possibilidade de se criar um mercado secundário seguro e lucrativo (royalties para o emissor do ticket).

Foi o que fez o festival Coachella, lançando uma coleção de 10 NFTs que dão acesso vitalício ao evento para os holders dos ativos. Para utilizar é tão simples quanto chegar no evento apresentar sua carteira digital e entrar em qualquer uma das edições futuras. Podendo, inclusive, transferir o passe para seus filhos e netos.

Mas nem só de NFTs e entretenimento vive a WEB3. As oportunidades são tantas que mal conseguimos explorar tanto a imaginação – por isso é um campo aberto a novos negócios que procuram inovar e mudar o que hoje funciona de maneira arcaica, burocrática e falha.

A tecnologia blockchain poderia ajudar a resolver, inclusive, problemas sociais. No Brasil, os processos de pensão alimentícia dobram a cada 5 anos, de acordo com IBGE. Agora imagine que, em um futuro, poderia ser estabelecido um contrato inteligente registrado em blockchain, onde o valor da pensão funciona como royalties, que saem automaticamente da wallet de quem deve pagar o benefício para wallet do beneficiado.

É claro que grandes inovações disruptivas ao mesmo tempo que trazem grandes benefícios, também trazem o outro lado da moeda – é o caso da WEB3. Ao mesmo tempo que garante segurança aos usuários, também pode trazer perigos pela “privacidade excessiva” e liberdade total, impactos psicológicos nos usuários e impactos ambientais pelo custo energético.

O debate pelos limites da privacidade e liberdade é longo e pode gerar, inclusive, um artigo exclusivo sobre este assunto, é de assustar o fato de que as pessoas poderão ser quem elas quiserem ser, com um avatar inventado e identificado apenas pelo número da sua wallet. É o “dilema da identidade” a ser enfrentado (ou não).

Por outro lado, sobre o impacto ambiental, principal ponto levantado pelos críticos, vale um disclaimer. Pois, ainda que o gasto energético gerado pelas blockchains sejam altos e acarretem em emissão de gás carbônico, o que incomoda não parece ser a alta queima de carvão e emissão de gases, porque, isso, outras indústrias também o fazem (e muito mais).

Na verdade, o ponto central é a suposta inutilidade desse gasto. Quando as pessoas não visualizam um horizonte onde a WEB 3.0 se torna realidade e que ela é parte de uma revolução digital e financeira, o argumento é que tem se gerado um alto impacto ambiental para fins especulativos ou, sendo ainda mais raso, para “grupos milionários se sentirem parte de um clube”.

Apesar disso, o fato é que o problema existe e que já há movimentação do mercado para resolvê-lo. Afinal, quanto mais sustentável, mais atrativa é a tecnologia. Novas maneiras de processamento vem sendo criadas, hoje algumas redes já utilizam o sistema Proof of Stake, onde, resumidamente, quem processa as transações não é recompensado com criptomoedas mineradas e sim com uma taxa de participação no valor daquele bloco validado. Isso diminui (e muito) o gasto energético.

Um segundo exemplo pode ser El Salvador, o país que adotou o Bitcoin como uma das moedas correntes do país. Como eles lidaram com o gasto energético disso? Bom, El Salvador tem uma particularidade bem específica, que é a presença de vulcões e a utilização deles para uso energético. Os vulcões já emitem carbono por si só, não há nada que se possa fazer, além de unir o útil ao agradável e usá-lo para algo.

Apesar dos problemas, a WEB 3.0 é uma realidade, o fato de NFTs terem movimentado 134 bilhões de reais durante 2021 comprovam este fato. Mas a chegada dela ao mainstream ocorrerá de maneira natural e as pessoas sentirão a necessidade de adotá-la, mesmo que involuntariamente. As Bigtechs se movimentam para realizar esta transição e como falamos anteriormente, novos negócios estão prestes a surgir neste terreno ainda a ser explorado.

Todos nós procuramos praticidade, rapidez, segurança e liberdade. A tecnologia que oferece um ambiente com essas condições tende a dominar os hábitos de consumo e de comportamento. Ainda temos muito a falar, muito a criar e muito a debater. Estamos apenas no início e somos todos early adopters do que será a maior revolução das últimas décadas.