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O que são Startups camelo e como se tornar uma

Descubra o que são Startups camelo e como esse conceito tem furado a bolha do empreendedorismo, tornando-se uma expressão conhecida por muita gente. Agora surge um outro termo que tem ganhado espaço no mercado e chamado a atenção de empreendedores ao redor do mundo: são as chamadas startups camelo.

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Esqueçam os unicórnios. Veja exemplos de Startupes de sucesso!

Para entender o conceito, vale a pena pensar nas características do próprio animal escolhido para representá-lo. Conhecemos os Camelos por sua resistência física e facilidade de adaptação para sobreviver. Além de suportar lugares secos e com altas temperaturas, os camelos conseguem passar até 3 semanas sem água e 2 semanas sem comida.

Resistência e foco na sobrevivência, portanto, são as principais características de uma startup camelo.

A origem do termo

A expressão “startup camelo” foi usada pela primeira vez em abril de 2020 pelo investidor americano de venture capital Alex Lazarow, do fundo Cathay Innovation, em coluna para o site Entrepreneur.

Em seu artigo, Lazarow defendeu que o colapso de empresas com avaliações irrealistas como WeWork e Brandless expôs falhas nas estratégias dos unicórnios. Para ele, as startups deveriam buscar a sustentabilidade financeira em vez de apenas um crescimento agressivo. Os empreendimentos deveriam ser “menos unicórnios e mais camelos”.

“Nos mercados emergentes há empresas com as quais podemos aprender, pois já sobreviveram a tempos difíceis para os negócios, com menos capital e suporte. Essas startups são mais parecidas com camelos por sua capacidade de se adaptar a vários climas, sobreviver sem sustento por meses e suportar condições adversas. E, ao contrário dos unicórnios, os camelos não são criaturas imaginárias. Eles são reais, e eles são resistentes”, escreveu.

Características

Uma startup camelo é, essencialmente, uma empresa com as seguintes características:

Estável

As startups camelo buscam um crescimento estratégico e ponderado, com foco na sustentabilidade da empresa. Isso garante que elas estejam preparadas para enfrentar momentos de crise econômica ou de instabilidades no mercado. A ideia é escalar o negócio e aproveitar oportunidades, mas sem comprometer a saúde financeira da empresa.

Cautelosa

Essas empresas guardam recursos para tempos difíceis. Por isso, seus investimentos são cautelosos e mais conservadores. Diferente dos unicórnios que apostam nos investimentos de risco, os camelos só apostam em estratégias do tipo em caso de muita necessidade.

Detalhista

Há um pensamento detalhista sobre os gastos do dia a dia de uma startup camelo. A gestão de custos é feita de forma a acompanhar a curva de crescimento da empresa, inclusive para a decisão de novas contratações.

Cuidadosa

Subsidiar produtos é uma prática comum entre muitos empreendedores, especialmente no Vale do Silício. Isso acontece quando há capital de sobra e a eficiência é julgada pelo crescimento da base de consumidores. Já as startups camelo cobram cada cliente por seus produtos, entendendo que o valor final não é um problema, mas representa algo valioso. Por isso, esses empreendimentos têm modelos de negócios orientados para as necessidades dos clientes.

Sustentável

Não conhecemos os Camelos por sua velocidade. O mesmo vale para essas startups. O foco é a construção de uma empresa sustentável e de sucesso, independentemente de quanto tempo isso vá levar. Nada acontece às pressas numa startup camelo, nem o desenvolvimento de produtos, nem o crescimento do negócio.

A Grubhub, startup de entrega de alimentos de Chicago (EUA), é um exemplo de camelo bem-sucedido citado por Lazarow. Segundo seu confundador, Mike Evans, a empresa seguiu um caminho oposto aos unicórnios do Vale do Silício, e hoje é uma empresa de capital aberto avaliada em aproximadamente US$ 4 bilhões. “Estou construindo um negócio, não um hobby. Negócios dão dinheiro, hobbies, não”, diz.

A plataforma de videoconferência Zoom, apesar de seu rápido crescimento durante a pandemia, é outro exemplo de startup camelo, segundo Lazarow. A empresa começou com foco no crescimento sustentável e só buscava capital quando era estritamente necessário. Agora, o Zoom é um gigante que vale mais de US$ 1 bilhão.

As unicórnios

As companhias unicórnio são aquelas avaliadas em 1 bilhão de dólares antes de abrir seu capital na Bolsa de Valores. Ou seja, antes mesmo de abrir seu capital e vender suas ações para o público, elas já tinham esse valor.

O termo unicórnio foi criado em 2013 pela fundadora da Cowboy Ventures, Aileen Lee, para se referir às organizações com esse requisito. Mesmo que tenha sido criado somente nesse ano, empresas unicórnios já existiam. Nomes como Facebook, Apple e Google são a prova disso.

Mas, o que define um unicórnio? Podem ser citadas como características desse tipo de empreendimento:

  • alto grau de inovação – investem em tecnologia e têm forte presença nas mídias sociais;
  • aquisição de outras empresas – muitas delas buscam adquirir outras sociedades, como o Facebook, que adquiriu o Twitter e o Instagram, dentre outras;
  • rápido crescimento – muitas apostam em estratégias para ter um crescimento rápido e agressivo;
  • foco no cliente – preocupação com a experiência do cliente antes, durante e depois da venda;
  • apoiam a diversidade – estão sempre diversificando e apoiam o multiculturalismo, buscando formar um time com profissionais diferenciados, criativos e multidisciplinares.

Menos dinheiro, mais intelecto

Diferentemente das unicórnios que buscam a viralização rumo à popularidade no mercado, as camelos apostam no investimento em canais mais tradicionais e orgânicos como assessoria de imprensa para repercussão na mídia em vez da aposta de gasto com anúncios para a aquisição de clientes.

Nesse sentido, uma das principais buscas por investidor não tem o capital como interesse principal, mas sim o conhecimento. Neto, da FGV, aponta que as startups camelo têm grande apreço por investidores estratégicos. “Mais que dinheiro, traz conhecimento e acesso ao mercado. Esse é um modelo que se chama, principalmente, corporate venture”, detalha. “Uma grande corporação investe em startup e, assim, não só coloca dinheiro, mas também conhecimento e tecnologia, traz potenciais fornecedores”.

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